By buenocantor@terra.com.brLinda homenagem ao meu querido amado AMIGO.
Queridos amigos este é meu texto desta sexta feira para o jornal Tribuna
Dedico a Vania Lucas sua esposa, filhos, irmãos e amigos.
Escrevo boas lembranças que Mario Féres me deixou.
Boa leitura e bom fim de semana.
Buenão.
Mário ‘Fera’ Féres, um músico
* Bueno
buenocantor@terra.com.br
Dia desses, assistindo a um programa musical na TV, ouvi de uma jurada uma frase que achei genial: “O músico, quando está no palco, sua áurea tem a cor lilás”. Usou essa frase para enaltecer a participação de um jovem cantor cuja apresentação dela foi digna. Disse ter lido em um livro. Eu que vivo música e arte nas vinte quatro horas do dia digo que essa frase é perfeita, pois quem faz uso de um palco para mostrar sua arte pode sentir o seu significado.
Sexta-feira passada, 1º de abril de 2011, o céu ficou lilás e preparou seu palco para receber um grande músico. Chegava por lá mais um músico, um músico refinado. Por tocar vários instrumentos, o chamava de maestro, maestro Mário Féres. Difícil acreditar, mas ele nos deixou, foi se juntar a muitos músicos que deixaram o planeta terra. Por aqui, fico admirado com nosso Criador, que está montando uma orquestra de músicos invejável só para tocar no seu teatro. Conheço muitos músicos que deram um tempo na música para tentar outra profissão, mas com Mário foi o oposto: ele deixou de ser dentista para se tornar músico. Um senhor músico.
No CD que Sócrates e eu gravamos, só com canções de nossa autoria, o produtor foi Dedé Cruz, também cantor, compositor e arranjador. Dedé, já prevendo que Sócrates convidaria vários artistas amigos para cantar com a gente, como Toquinho, Carlinhos Vergueiro, Simone Guimarães, Mauricio & Marcelo, teve a sacada de convidar músicos de alto nível para tocarem e Mário foi o mais presente. Nas gravações ele tocou piano, violão, marimba e outros instrumentos que agora não tenho lembranças. No samba que Carlinhos Vergueiro cantou, Mário tirou um som perfeito de trombone no teclado, difícil perceber não ser um trombone.
Vejam vocês que tenho e vou guardar comigo muitas boas lembranças do Mário, como, por exemplo, do dia em que ele e sua esposa, a cantora Vânia Lucas, que toca rabeca, foram meus convidados e participaram do programa de TV que eu comandava, o Canta Ribeirão, pela TV Thathi. Lembro-me que nesse dia Vânia estava gripada e Mário a cercava de carinho e atenção, com uma doçura de se admirar. Chegou até a deixar a gravação por alguns minutos e foi correndo a uma farmácia próxima comprar algum medicamento para que Vânia melhorasse. O profissionalismo prevaleceu.
Mário Féres veio da cidade de Marilia, filho de pai músico, senhor Feis Féres, que teve uma orquestra de baile, toca sax e teve quatro filhos: Ana Maria, Omar Feres, Mário e Feis Féres Júnior – também se foi há dois anos.
Omar e Mário, picados pelo vírus musical, não ficaram atrás. Omar Feres, médico aqui em Ribeirão Preto, toca violão, baixo, e cavaquinho. Omar tem um filho, Omar Júnior, que toca bateria. Certa vez, Mário pediu-me para agendar no Canta Ribeirão uma gravação da família Féres. Lógico que topei e o patriarca veio de Marilia especialmente pra isso, e olha que foi show de bola... Opa!!! De música. Três gerações tocando, avô, filhos e neto, foi inesquecível!
Mário foi velado e não poderia ser em lugar mais sugestivo, um lugar que era seu metiê, na escola Waldorf, onde era professor de música. Na sala tinha alguns instrumentos, entre eles de percussão, violões e seu companheiro de tantas jornadas, o piano. Aproximei-me para a despedida, olhei seu rosto, estava sereno, com seu inseparável óculos, parecia um menino adormecido.
Já dizia o velho clarinetista Siles, que também já se foi, de que lá no céu tinha uma fila de mais de milhares bebês para nascer e Deus passava a mão na cabeça de dois ou três e dizia: “Vocês serão músicos”.Mário era um destes bebês.
* Cantor e compositor

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